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HISTÓRIA DA FREGUESIA

A Identidade Visual da Freguesia do Ciborro

                        

A palavra Ciborro designava inicialmente um dos montes que integravam a Herdade do Paço, propriedade dos cónegos de S. João Evangelista (os Lóios). Com a nacionalização dos bens pertencentes às ordens religiosas, a Herdade do Paço foi adquirida pela Duquesa do Louriçal que a vendeu a António Lopes Ferreira dos Anjos, natural de Cabeçudo - Ferreira do Zêzere. Uma das suas filha casou, por volta de 1874, com Luís Pereira Jardim, 1º Conde de Valença. O Monte do Ciborro ficou, portanto, a fazer parte do respetivo Condado, cuja área abrangia não só a Herdade do Paço, como ainda as Herdades da Azambujeira, do Cavaleiro, do Barrocal, de S. Lourenço e finalmente, a Herdade de Valenças.

 

A Herdade de Valenças deu o seu nome, ao Condado em que estava integrada. Instituído por decreto de 3 de Março de 1887, tal como consta do Diário do Governo de 11 de Março do mesmo ano. Com esse decreto, foi agraciado o Dr. Luís Leite Ferreira Jardim, ao qual foi atribuído o título de Conde de Valenças. Tratar-se-ia de um topónimo referente a senhoras locais com o apelido Valença (as Valenças). Esta designação teria surgido por serem naturais de Valença, ou por terem qualquer tipo de relação com esta localidade.

 

Entranhada na paisagem a caminho de Aviz

O casario integra-se de forma muito curiosa na paisagem, adaptando-se aos sucessivos declives, como se, de facto, estivesse entranhada na mesma.  Aliás, Ciborro é terra de belas paisagens campestres. É o caso daquela que se pode contemplar ao longo da ribeira das Barrosas e das margens da barragem da Atabueira. 

 

"foram dali para o Ciborro e não foram mal, que a gente de lá era pacífica e de pagas prontas” 

                       José Saramago, Levantado do Chão.

 

Com 56,31 km2 é a mais pequena das freguesias do concelho de Montemor-o-novo.  A freguesia do Ciborro, situada a norte, é delimitada pelo concelho de Coruche que se prolonga até aqui, dividindo-a de Brotas, concelho de Mora, com quem estabelece uma relação próxima e natural.

Pertenceu antes à freguesia de São Geraldo. Uma vez extinta esta, passaram as duas localidades a pertencer à freguesia de N.ª Sr.ª do Bispo. Em 1985, Ciborro é, finalmente, elevada a freguesia.

Semeada nas terras de Valenças

As pessoas que aqui se fixaram estavam, no fundamental, ligadas à agricultura e à pecuária. Sendo o condado fértil em terrenos para searas de trigo, centeio e cevada estas famílias lavravam e semeavam as terras do Condado, pagando a respetiva renda ao Conde.  Assim foi o Ciborro crescendo. Ciborro, porque o pequeno monte, situado à ponta norte do Condado, ficava no meio dos foros habitados por essas novas populações.

 

Em 1887 fazem-se os primeiros aforamentos no Monte do Ciborro, que se diz ter servido de habitação aos cabreiros que por aqui guardavam rebanhos de cabras e cuja “casa-mãe”, situada a pouco metros do largo do povo, já não existe.

 

Os foreiros eram provenientes não só das povoações limítrofes (S. Geraldo, Brotas, Coruche, Couço, Mora, Arraiolos, Sabugueiro, São Pedro da Gafanhoeira, Évora, Montemor-o-Novo), como de Nisa, Peso da Régua, Nelas, Ancião, Pombal, etc. “Foi da fixação destes foreiros em nº de 30, por volta de 1900, que nasceu o primitivo núcleo da aldeia. Foi-lhe posto, oficialmente o nome de Aldeia Nova de Valenças, mas o povo continuou a designá-la com o nome, de Ciborro.” (Anastácia Mestrinho Salgado e Abílio José Salgado)

 

A sua expansão para Sul, ao longo da E.N.2, deu-se nos anos sessenta com a construção de novas habitações, situação que ainda hoje se verifica. De então para cá o Ciborro não tem parado de crescer, em particular, desde que em 1985 se tornou freguesia.

 

O Ciborro de agora...

O Ciborro desenvolve atividades económicas relacionadas com a agricultura, pecuária, silvicultura, entre outros serviços como o comércio, restauração, carpintaria, construção e serralharia civil, bem como serviços de cariz social oferecidos pela Centro Social e Paroquial do Ciborro.

 

No que respeita à atividade turística, atualmente e devido à promoção da rota da EN2, o marco do Km 500 é um ponto de interesse que traz muitos visitantes à nossa freguesia. Contamos também com excelentes paisagens ao longo da Barragem da Atabueira bem como a possibilidade de desenvolvimento de atividades no Ski Clube do Alentejo.

 

Os agentes desportivos da freguesia são o Valenças Sport Club, com equipa de futebol sénior e infantil, dispões das suas instalações no campo D. Manuel I, e a Casa de Cultura e Recreio do Ciborro, que alberga no 1º andar do edifício um ginásio que permite dar resposta às necessidades desportivas dos sócios desta coletividade, bem como dos ciborrenses em geral. 

 

O Rancho Folclórico do Ciborro, criado na década de 50, voltou em 2008 após uma pausa de alguns anos, e desde essa data tem levado as nossas tradições a todos os pontos do nosso país bem como no estrangeiro. A sua sede está também localizada na Casa da Cultura e Recreio do Ciborro, sendo esta o local onde se realizam grande parte das atividades de recreio no Ciborro, desenvolvendo com as restantes entidades uma estreita cooperação.

 

Mais recentemente foi criada a associação de jovens “Ciborro Jovem” que tem vindo já a desenvolver atividades de grande valor humanitário como são as campanhas de Colheitas de Sangue.

 

Terra de gente amistosa, que gosta de bem receber, os vários agentes, culturais, desportivos, entre outros da nossa freguesia promovem atividades culturais, desportivas e recreativas ao longo de todo o ano. Entrando Janeiro cantam-se as Janeiras e em Fevereiro realiza-se o Baile de Carnaval, a tradicional queimação dos bonecos e a mais recente atividade representativa das nossas tradições, o cozido na panela de barro. Em março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, e em cooperação com a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo iniciam-se os Jogos do Município, bem como atividades culturais integradas no Ciclo da Primavera que são parte integrante desta agenda até junho de cada ano. Ainda em Junho realiza-se o Passeio de Motorizadas. e em Julho as Festas do Valenças e as Tasquinhas que fazem a alegria das nossas gentes. Com agosto chegam à nossa freguesia ranchos folclóricos de todo o país para integrarem uma mostra cultural no Encontro de Folclore. Outubro é o mês de celebração com o Cidadão Idoso e em Novembro vêm as castanhas assadas numa preparação para o mês de Dezembro no qual a nossa freguesia ganha cor e alegria com a cooperação de muitas entidades e residentes da freguesia.

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